Relação entre atitudes discriminatórias contra HIV positivo e preconceito sofrido por usuários do sistema único de saúde

Resumo

Apesar de maior esclarecimento da população sobre a transmissão do vírus HIV, ainda persevera diferentes tipos de preconceito em relação a soropositivos. Objetivou-se verificar a relação entre atitudes discriminatórias contra HIV positivos e preconceito sofrido por usuários do Sistema Único de Saúde em um município do noroeste paulista. Os pacientes responderam perguntas do Manual do Ministério da Saúde, “Pesquisa de conhecimentos, atitudes e práticas na população brasileira” para verificar os que sofreram algum tipo de preconceito. Associou-se com questões sobre a concordância no atendimento por um cirurgião-dentista HIV positivo e preferência pelo atendimento após um paciente com Aids ou um presidiário. Em relação ao preconceito, 40% afirmaram ter sofrido algum tipo, seja pela cor ou raça (0,7%); sexo (6,7%); condição social e falta de dinheiro (22,7%); sexualidade (4%); profissão ou ocupação (12,7%); por ser HIV positivo (3,3%); doença ou incapacidade (6,7%); idade (12%); aparência física (12,7%) e outras razões (14%). 23,4% afirmaram não aceitar ser atendido por um profissional HIV positivo. Além disso, 42% e 23,3% preferiam o atendimento antes de um paciente com Aids ou um presidiário, respectivamente. Não houve relação entre os indivíduos que sofreram preconceito e atitudes discriminatórias contra o cirurgião-dentista (p= 0,3774) ou indivíduos HIV positivos (p= 0,9406) e presidiários (p= 0,7619). Conclui-se que o preconceito sofrido pelos indivíduos não interferiu na expressão de atitudes discriminatórias contra HIV positivos ou presidiários.

Descritores: Preconceito; Soropositividade para HIV; Epidemiologia.