Consciência, depressão, somatização de enfermidades: estudo das relações e impactos da mente

Resumo

Correntes científicas se depararam com uma realidade até então pouco estudada: o comportamento do indivíduo parece afetar muito mais a distribuição de enfermidades do que se pensava. O presente estudo objetivou apresentar dados que evidenciam possíveis relações entre cognição, comportamento, qualidade de vida, depressão, e a ocorrência de enfermidades. Foram consultadas as bases SciELO, BIREME, MEDLINE e PubMed, selecionando-se 43 artigos publicados entre 1980 e 2017. Observaram-se inicialmente dados evidenciando que a qualidade de vida está profundamente relacionada com aspectos comportamentais e emocionais, onde fenômenos depressivos parecem predispor o indivíduo a outras enfermidades, como as de natureza infecciosas. Interações entre o sistema nervoso e o sistema linfoide, via sistema endócrino e inervação periférica, sugerem uma influência recíproca com sérias consequências, que envolvem não apenas a maior susceptibilidade a doenças infecciosas, mas, com a redução da resposta imune celular, uma maior frequência e severidade de enfermidades neoplásicas. Por outro lado, muitos dos pacientes com doenças cardiovasculares crônicas apresentam perfil psicológico característico, associado à progressão de lesões vasculares e inflamação. Assim, a interação entre múltiplos sistemas orgânicos é regra e a prevenção de enfermidades deveria levar esses fatores, onde outros profissionais teriam papel assegurado, incluindo terapeutas ocupacionais, psicólogos e educadores, uma vez que suas atividades impactam em maior ou menor grau na saúde humana.

Descritores: Comportamento; Medicina do Comportamento; Consciência; Sistema Imunológico.