Or 14. Displasia Cleidocraniana em Paciente Infantil: Relato de Caso

Resumo

A disostosecleidocraniana é um distúrbio genético raro, com prevalência variando de 1:200.000 a 1:1.000.000. Caracteriza-se por alterações de desenvolvimento nas clavículas, nos ossos do crânio, da face, nos dentes e em outros ossos, envolvendo praticamente todo o esqueleto. Apresenta padrão de herança autossômica dominante, sem predileção por sexo e raça. O diagnóstico é baseado nos achados clínicos e radiológicos e a seguinte tríade é considerada patognomônica: múltiplos dentes extranumerários, ausência parcial ou total das clavículas e sutura sagital e fontanelas abertas. O presente trabalho tem como objetivo relatar um caso clínico de dentes supranumerários em um paciente com disostosecleidocraniana. Paciente, 8 anos de idade, gênero masculino, procurou a Clínica de Odontopediatria da FOA onde sua mãe queixava-se de que os dentes permanentes de seu filho não vinham. Na anamnese, sua mãe relatou que o paciente ainda apresentava as fontanelas abertas e estava sendo acompanhado por um neurologista em São Paulo. No estudo radiológico, a radiografia panorâmica e a tomografia computadorizada mostraram dentes permanentes retidos e inúmeros dentes extranumerários tanto na maxila quanto na mandíbula. Ao exame físico, observou-se que a mobilidade dos ombros apresentava-se fora do comum, sendo capaz de movê-los até a linha média. Após avaliação, o tratamento proposto foi a exodontia dos dentes extranumerários. Observa-se, a partir do relato clínico, a importância do dentista no diagnóstico, sendo este, na maioria das vezes, o primeiro profissional procurado a partir da queixa do paciente. Além disso, é importante o diagnóstico precoce dessa condição para minimizar as alterações bucais visando à adaptação funcional do indivíduo e uma melhor qualidade de vida.

Descritores: Displasia Cleidocraniana; Dente Supranumerário; Criança.