Uso de isotretinoína por mulheres em idade reprodutiva

Autores

  • Francisco Patricio de Andrade Júnior
  • Brenda Tamires de Medeiros Lima
  • Jamille Silva Menezes
  • José Henrique de Araújo Cruz
  • Thiago Willame Barbosa Alves
  • Abrahão Alves de Oliveira Filho

DOI:

https://doi.org/10.21270/archi.v8i8.3230

Resumo

Introdução: A isotretinoína é um fármaco amplamente utilizado e efetivo para o tratamento de acne. Porém, é necessário avaliar minuciosamente a relação de risco x benefício em seu uso, uma vez que, mulheres em idade reprodutiva podem sofrer com abortos ou embriopatias e os seus efeitos adversos podem atingir diversos sistemas corporais. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão de literatura acerca dos riscos inerentes ao uso de isotretinoína por mulheres em idade fértil, ressaltando as possíveis reações adversas atreladas a esta terapia medicamentosa. Materiais e métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica do tipo integrativa em que houve a utilização de artigos, livros, dissertações e teses publicados entre os anos de 2008 a 2018. Resultados: De 165 estudos recuperados, somente 11 artigos foram utilizados para a construção dos resultados. Em 100% das pesquisas observou-se que havia mulheres em idade reprodutiva estando, portanto, susceptíveis a desenvolver embriopatias ou aborto. Como principais efeitos adversos, implicações relacionadas aos sistemas cardiovascular (18,2%), hepático (27,3%) e alterações no lipidograma (36,4%) foram observadas, ocasionando em possível necessidade do monitoramento dessas pacientes. Conclusão: O perfil de usuárias de isotretinoína foi de mulheres em idade reprodutiva. Em relação aos efeitos adversos, torna-se imprescindível o desenvolvimento de estudos a longo prazo para se elucidar se este fármaco pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardíacas, hepáticas e dislipidemias.

Descritores: Farmacologia; Preparações Farmacêuticas; Saúde da Mulher.

Referências

  1. Mahto A. Acne vulgaris. Medicine. 2017;45(6):386-89.
  2. Saint-Jean M, Dreno B. Acné. EMC Dermatología. 2016,50(4):1-14.
  3. Tan AU, Schlosser BJ, Paller AS.  A review of diagnosis and treatment of acne in adult female patients. Int J Womens Dermatol. 2017;4(2):56-71.
  4. Mahmood NF, Shipmam AR. The age-old problem of acne. Int J Womens Dermatol. 2016;3(2):71-6.
  5. Le Moigne M, Saint-Jean M, Dreno B. Acné. EMC Tratado de Medicina. 2017;21(3):1-8.
  6. Berbis P. Acitrétine. Ann Derm Ven. 2001;  128(6-7):737-45.
  7. Silva Júnior ED, Sette IMF, Belém LF, Jenebro DI, Pereira GJS, Barbosa JAA et al. Isotretinoína no tratamento da acne: riscos x benefícios. Rev Bras Farm. 2009;90(3):186-89.
  8. Rodrigues EP, Gontijo EEL, Silva MG. Perfil dos pacientes com acne tratados com isotretinoína atendidos na clínica de dermatologia e laser o período de 2009 e 2012, na cidade de Gurupi, Tocantins. Rev ITPAC. 2014;7(3).
  9. Alan S, Ünal B, Yildirim A. Premature ventricular contractions associated with isotertinoin use. An Bras Dermatol. 2016;91(6):820-21.
  10. Borges MB, Ribeiro RKB, Costa FPP, Cavalcante JC. Avaliação laboratorial do perfil lipídico e testes de lesão hepatocelular em pacientes com acne vulgar sob uso de isotretinoína oral. Rev Soc Bras Clin Méd. 2011;9(6):397-402.
  11. Bravo BSF, Azulay DR, Luiz RR, Mandarim-de-Lacerda CA, Cuzzi T, Azulay MM. Oral isotretinoin in photoaging: objective histological evidence of  efficacy and durability. An Bras Dermatol. 2015;90(4):478-86.
  12. Brito MFM, Sant’Anna IP, Galindo JCS, Rosendo LHPM, Santos JB. Avaliação dos efeitos adversos clínicos e alterações laboratoriais em pacientes com acne vulgar tratados com isotretinoína oral. An Bras Dermatol. 2010;85(3):331-37.
  13. Coghi S, Neves MC. Hidratação nasal e tratamento da pele. RBM. 2011;68(3,suppl):15-21.
  14. Cunha Filho RR, Almeida Júnior HL, Breuning JA. Angiodema duo to oral acitretin and isotretinoin. An Bras Dermatol. 2011;86(4 suppl 1):28-30.
  15. Kartal D, Yarsar M, Kartal L, Özcan I, Borlu M. Effects of isotretinoin on the olfactory function in patients with acne. An Bras Dermatol. 2017;92(2):191-95.
  16. Picosse FR, Bonatto DC, Hassun KM, Talarico Filho S, Azulay DR, Bagatin E. Treatment of moderate to severe acne vulgaris with an orol isotretinoin similar to the reference product. Surg Cosmet Dermatol. 2016,8(2):121-27.
  17. Rojas PG, Lopez RG, Chehade AC, Scavino Y, Morales A, Tagle M. Hepatitis autoinmune inducida por isotretionina. Rev gastroenterol Peru. 2016;36(1):86-9.
  18. Schmitt JV, Tavares M, Cerci FB. Mulheres adultas com acne apresentam maior risco de elevação de triglicerídeos ao uso de isotretinoína oral. An Bras Dermatol. 2011;86(4):807-10. 
  19. Vieira AS, Beijamini V, Melchiors AC. The effect of isotretinoin on triglycerides and liver aminotransferases. An Bras Dermatol. 2012;87(3):382-87.
  20. Brasil. Ministério da saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas – Acne grave. 2010. Disponível em:< http://conitec.gov.br/images/pdf/2014/abril/02/pcdt-acne-livro-2010.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018.
  21. Brasil. Ministério da Saúde. Planejamento Familiar. 2011. Disponível em:< http://www.brasil.gov.br/editoria/saude/2011/09/planejamento-familiar>. Acesso em: 30 mai. 2018.
  22. Cammarta-Scalisi F, Nieves D, Avendaño A, Lacruz-Rengel MA, Alviárez K, Dávila F et al. Embriopatía por isotretinoína. Una entidad que puede evitarse. Arch Argent Pediatr. 2018;116(2):e303-7.
  23. Lima GHS, Jubé MRR, Feres CC, Watanabe LE, Souza AMC. Embriopatia de ácido retinóico: relato de dois casos associados ao uso da istretinoína. Acta Fisiatr. 2008;15(1):59-62.
  24. Cajueiro ES, Lima LBR, Partata AK. Isotretinoína e suas propriedades farmacológicas. Rev ITPAC. 2014;7(1).
  25. Xavier HT, Izar MC, Faria Neto JR, Assad MH, Rocha VZ, Sposito AC et al. V diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose.  Arq Bras Cardiol. 2013;101(4):1-20.
  26. Francisco AR, Gonçalves I, Veiga F, Pedro MM, Pinto FJ, Brito D. Hipertrigliceridemia: há um papel para a aferese profilática? Relato de caso. Braz J Nephrol (J Bras  Nefrol). 2016;38(3):366-69.
  27. Mendes VS, Costa FO, Oliveira PAD, Oliveira AMSD. Efeitos do uso de isotretinoín ae acitretina nos tecidos bucais – revisão de literatura. Arq bras odontol. 2016;12(1):1-8.
  28. Pina M, Canto GS. Atenção farmacêutica em dermatologia: fármacos e antiacneicos. Saúde (Santa Maria). 2010;36(2):39-54.
  29. Medeiros RC, Dantas VCR, Barbosa MFPP, Figueiredo IFQ, Silva SAM. Avaliação laboratorial de pacientes que fazem uso de isotretinoína oral para o tratamento da acne grave. Rev bras anal clin. 2014;46(1-4):54-58.
  30. Pachajoa H, Ordoñez A. Embriopatía por isotretinoína con microtia-anotia y cardiopatía. Presentación de un caso. Arch argent pediatr. 2012;110(3):e47-9.
  31. Silva LN, Alves LR, Barbosa TS, Santos TSB, Gomes MN, Fernandes CKC. Acompanhamento farmacoterapêutico do uso da isotretinoina. Rev Fac Montes Belos (FMB). 2014;7(1):121-35.
  32. Silva NF. Atenção farmacêutica em gestantes [trabalho de conclusão de curso]. Araraquara: Graduação em Farmácia pela Universidade Estadual Paulista; 2013.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Abrahão Alves de Oliveira Filho

Professor, Doutor e Orientador - Universidade Federal de Campina Grande.

Downloads

Publicado

2019-12-25

Como Citar

Andrade Júnior, F. P. de, Lima, B. T. de M., Menezes, J. S., Cruz, J. H. de A., Alves, T. W. B., & Oliveira Filho, A. A. de. (2019). Uso de isotretinoína por mulheres em idade reprodutiva. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 8(8). https://doi.org/10.21270/archi.v8i8.3230

Edição

Seção

Artigos de Revisão