O-o19G - Avaliação das principais modificações da sintomatologia bucal da AIDS ao longo de 25 anos de estudo

Resumo

A síndrome da imunodeficiência adquirida é uma pandemia que acarreta várias manifestações, inclusive na boca, além disso, predispõe à outras doenças infecciosas. Sendo assim, o presente estudo avaliou a sintomatologia clínica de pacientes HIV-positivos atendidos em clínicas odontológicas públicas no período de 1995 a 1997, comparando com dados obtidos de pacientes atendidos em centros odontológicos em São José do Rio Preto, Araçatuba e Ponta Grossa no período de 2009 a 2013. Os dados médicos e clínicos de 200 pacientes atendidos nos anos de 1990 foram separados e realizaram-se exames clínicos e bioquímicos em outros 200 novos pacientes que utilizavam terapia anti-retroviral. Na década de 90, 94% dos pacientes que recebiam AZT, apresentavam infecções bucais oportunistas, particularmente candidose, gengivite necrosante, abscesso crônico e osteomielite aguda. E 38% tinham, concomitantemente, infecções respiratórias e sarcoma de Kaposi. Na avaliação atual, dos pacientes submetidos à terapia antiretroviral, somente 8% tinham lesões bucais clinicamente detectáveis, mas os dados bioquímicos mostravam que esses pacientes apresentavam hipercolesterolemia, hiperglicemia e altos níveis de triglicerídeos, normalmente não avaliados pelos dentistas e ocasionados também pelo efeito da medicação antirretoviral. Os resultados demonstram que os sinais clássicos da AIDS se encontram cada vez menos frequentes, contudo o controle e prevenção das infecções nesta classe de pacientes se faz importante.

Apoio financeiro: FAPESP (2009/52577-4)

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