Malformação capilar jugal x trauma parafuncional: relato de caso e tratamento
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v10i6.5016Palavras-chave:
Malformações Vasculares, Escleroterapia, Transtornos da Articulação Temporomandibular, Placas OclusaisResumo
As malformações vasculares são anomalias estruturais dos vasos sanguíneos sem proliferação endotelial, estão presentes ao nascimento e persistem ao longo da vida. Elas podem ser categorizadas de acordo com o tipo de vaso envolvido (capilar, venoso, arteriovenoso) e de acordo com as características hemodinâmicas (baixo fluxo ou alto fluxo). Possuem uma etiologia variável, como fatores químicos, mutações genéticas ou alterações relacionadas a síndromes, fluxo sanguíneo, resistência da parede vascular e trauma. Neste caso, a malformação vascular apresentada pela paciente tem relação com o trauma em mucosa jugal devido a atividade parafuncional presente. Atividade parafuncional refere-se a qualquer atividade que não seja considerada funcional, como apertar e/ou ranger os dentes durante o dia e/ou à noite, mascar chicletes, morder bochecha, lábios e língua. Algumas destas atividades podem ser responsáveis por concorrer para a Disfunção Temporomandibular (DTM), pois promovem hiperatividade muscular mastigatória. Dor muscular, restrição de abertura de boca, sensação de plenitude auricular, zumbido na orelha e vertigem foram alguns dos sintomas apresentados pela paciente. Diante desse quadro, além de tratar a malformação vascular com uma combinação de escleroterapia e excisão cirúrgica, foi também tratado o quadro disfuncional, para seu controle e resolução além da prevenção de recidiva da lesão, com a utilização de placa miorrelaxante combinada com a realização de exercícios fisioterápicos, mostrando-se eficazes, contendo a sintomatologia, restringindo a atividade parafuncional e reduzindo o trauma na mucosa.
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