GradP - o88 Genes de resistência à tetraciclina entre dependentes químicos e não dependentes

Abstract

Os quadros de depressão imunológica associados à dependência química são frequentes e podem predispor a diversas doenças infecciosas, cujo tratamento com antimicrobianos pode criar condições favoráveis à disseminação de genes de resistência a esses fármacos. Os marcadores de resistência às tetraciclina são bons indicadores da presença de genes de resistência na microbiota e denotam, quase sempre, amplo contato com esses fármacos. O objetivo desse estudo foi avaliar a presença de marcadores de resistência às tetraciclinas no biofilme de 50 pacientes com dependência química e de 50 indivíduos não dependentes. O histórico de uso de drogas antimicrobianas nos dois grupos foi avaliado e as amostras de biofilme foram colhidas do sulco gengival saudável, uma vez que todos os indivíduos eram periodontalmente sadios. O DNA microbiano do biofilme foi extraído por fervura e a presença dos genes tetK, tetM e tetO foi determinada por meio da amplificação do DNA através da reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizando-se de iniciadores e condições especificas para cada gene de resistência. Os resultados foram submetidos à análise estatística pelo teste de correlações de Spearman. O gene tetM foi observado em 22% das amostras de biofilme de dependentes e de 14% dos não dependentes, enquanto os genes tetK e tetO foram observados em 4% e 12% dos dependentes e de 2% e 16% dos não dependentes. Os dois grupos de pacientes mostraram frequencia semelhante de detecção dos marcadores alvo. Embora modestos, os níveis de detecção desses genes sugerem que a população como um todo esteja sendo exposta aos antimicrobianos e que a microbiota esteja sendo alvo de pressão seletiva.

Descritores: Antibacterianos; Resistência à Tetraciclina; Genética; Tetraciclina.

Agradecimentos/Apoio Financeiro: FAPESP (Processo  2012/54851-0)