Violência contra a criança na óptica dos cuidadores de instituições de acolhimento
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v5i6.1717Abstract
Introdução: A violência está presente em todas as culturas, sendo sempre seu maior alvo, os grupos de maior vulnerabilidade. Objetivo: Buscar a violência contra a criança sob a óptica dos cuidadores de instituições de acolhimento infantil. Material e método: Abordagem qualitativa do tema, extraída de dissertação de mestrado, realizado na cidade de Alfenas, MG, onde foram entrevistados 10 cuidadores de instituições de acolhimento. Resultados: Observamos a violência contra a criança em contextos diferentes. Pais ausentam-se de casa para trabalhar e as crianças ficam sozinhas ou sob a responsabilidade de outros. Pais negligenciam filhos devido às drogas. Observamos ainda, parentesco entre a vítima e o autor da agressão, que costuma ser uma pessoa mais velha. A cultura patriarcal, ainda muito forte, justifica os atos violentos. Por tal motivo, esse tipo de violência ainda é muito pouco notificada. Conclusão: Crianças vítimas apresentam dificuldade de relacionamento e autoaceitação. O assunto é complexo e envolve áreas que deveriam estar vinculadas, mas mostram-se desarticuladas. Os cuidadores, por sua vez, são revoltos com os pais das crianças, justificando a descrença no processo de reabilitação dos agressores. Entretanto, o envolvimento dos cuidadores no apoio às famílias, prevenindo violência contra a criança, é fundamental.Descritores: Violência; Institucionalização; Maus-Tratos Infantis.
Downloads
References
NGO Advisory Council. Five years on: A global update on violence against children. October 2011. Disponível em: www.slideshare.net/ThomasMueller/five-years-on-a-global-update-on-violence-againstchildren-13493486.
Organização Mundial de Saúde (OMS). Mulheres e saúde: evidências de hoje, agenda de amanhã, 2009. 93p. Disponível em: http://www.who.int/ eportuguese/ publications/Mulheres_Saude.pdf. Acesso em: 10 de jan. de 2013.
English C, Godoy J. Child Abuse Underreported in Latin America. World. 2010; June 4. Disponível em: http://www.gallup.com/poll/139376/child-abuse - underreported- latin-america. aspx. Acesso em: 29 de nov. de 2012.
Barbosa PZ, Pegoraro RF. Violência doméstica e psicologia hospitalar: possibilidades de atuação diante da mãe que agride. Saude soc. 2008; 17(3):77-89.
Brasil Ministério da Saúde. DATASUS- Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) – DATASUS. Disponível: http://tabnet.datasus.gov.br /cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/fiuf.def. Acesso em: 28 de ago. de 2011.
Antonio EMR, Fontes TMP. Bioética e aspectos epidemiológicos de vítimas de violência sexual em hospital-maternidade. Rev Bioét. 2012; 20(2): 280-7.
Santos AMCO, Gonçalves CR, Sberge MA, Chalhub A. Vínculos afetivos entre crianças e cuidadores em uma instituição de abrigamento. (Inter)Subjetividades.2009; 1(1). Disponível em: http://revistas.unijorge.edu.br/ intersubjetividades/pdf/2009_Artigo6.pdf . Acesso em: 7 de out. de 2012.
Penna LHG, Carinhanha JI, Leite LC. A prática educativa de profissionais cuidadores em abrigos: Enfrentando a violência vivida por mulheres adolescentes. Rev Latino-Am Enfermagem. 2009; 17(6):981-7.
Cuneo MR. Abrigamento prolongado: Os filhos do esquecimento, a institucionalização prolongada de crianças e as marcas que ficam. Censo da população infanto-juvenil abrigada no estado do Rio de Janeiro. 2009; cap. 7, p.415-32.
Mascarenhas MDM, Malta DC, Silva MMA, Lima CM, Carvalho MGO, Oliveira VLA. Violência contra a criança: revelando o perfil dos atendimentos em serviços de emergência, Brasil, 2006 e 2007. Cad Saúde Pública. 2010; 26(2):347-57.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítica (IBGE). Sinopse do censo demográfico 2010: distribuição da população por sexo, segundo os grupos de idade, Alfenas (MG), 2010. Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/ sinopse/ index.php? dados=26&uf=31. Acesso em: 14 de jul. de 2011.
Bardin L. Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2004.
Smith TK, Duggan A, Bair-Merritt MH. Systematic Review of Fathers’ Involvement in Programmes for the Primary Prevention of Child Maltreatment. Child Abuse Review. 2012; 21(4):237-54.
Miles G, Stephenson P. Diretrizes para crianças em risco: crianças em instituições de acolhimento e alternativas. v. 5. Fiona Anderson: Freelance; 2001.
Bittar DB, Nakano AMS. Violência intrafamiliar: análise da história de vida de mães agressoras e toxicodependentes no contexto da família de origem. Texto contexto - Enferm. 2011;20(1):17-24.
Fernandes RT, Lamy ZC, Morsch D, Lamy Filho F, Coelho LF. Tecendo as teias do abandono: Além das Percepções das mães de bebês prematuros. Ciênc Saúde Coletiva. 2011; 16(10):4033- 42.
Apostólico MR, Nóbrega CR, Guedes RN, Fonseca RMGS, Egry EY. Características da violência contra a criança em uma capital brasileira. Rev Latino-Am Enfermagem. 2012; 20(2):266-73.
Minayo MCS. Violência e saúde. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2006.
Santana AFS, Sampaio SMR. A heterogeneidade psicossociológica do fenômeno das crianças nas ruas. Poiésis. 2011; 4(8): 503-23.
Zanoti-Jeronymo DV, Zaleski M, Pinsky I, Caetano R, Figlie NB, Laranjeira R. Prevalência de abuso físico na infância e exposição à violência parental em uma amostra brasileira. Cad. Saúde Pública. 2009; 25(11):2467-79.
Assis SG, Deslandes SF. Abuso físico em diferentes contextos de socialização infanto-juvenil. In: Lima CA. Violência faz mal à saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2006: 47-58. Disponível em:http://dtr2001.saude.gov.br/ editora/produtos/ livros/pdf/04_1059_M.pdf. Acesso em: 15 de jan. de 2013.
Silva CM, Maciel JA. Violência sexual intrafamiliar contra a criança e o adolescente na cidade de Gurupi/TO nos anos de 2007 e 2008 e o Código Penal Brasileiro após o advento da lei 12.015 de 2009. Revista Cereus. 2010 jun./ dez.; (3).
Almeida DSO, Martins RC. Criança: um histórico de violências. Educação em Revista. 2009; 10(2): 57-72.
Fundo das Nações Unidas para a Infância - UNICEF. Pequenas Vítimas, 2006.
Moura ATMS, Reichenheim ME. Estamos realmente detectando violência familiar contra a criança em serviços de saúde? A experiência de um serviço público do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saúde Pública. 2005; 21(4):1124 -33.
Berlin LJ, Appleyard K, Dodge KA. Intergenerational Continuity in Child Maltreatment: Mediating Mechanisms and Implications for Prevention. Child Dev. 2011; 82(1):162-76.
Delfino V, Biasoli-Alves ZMM, Sagim MB, Venturini FP. A identificação da violência doméstica e da negligência por pais de camada média e popular. Texto contexto - Enferm. 2005; 14(spe):38-46.
Pascolat G. Violência no lar contra a criança. Educar em Revista. 1999; (15). Disponível em: http://revistas.ufpr.br/educar/article/view/2056/1708. Acesso em: 03 de set. de 2012.
