Sociologia da Odontologia: aspectos da densidade da relação habitante/cirurgião-dentista/PIB per capita em municípios do interior paulista com cursos de graduação em Odontologia

Authors

DOI:

https://doi.org/10.21270/archi.v7i11.3199

Abstract

Introdução: Na Odontologia, novos modelos profissionais tais como empresariamento, proletarização e maior concorrência redefinem não só a relação profissional/paciente outrora individualizada, como também a direção do fluxo migratório do cirurgião-dentista no espaço geográfico. Cidades que abrigam um campus universitário transformam o seu entorno imediato social, cultural e econômico, na medida em que dinamizam o surgimento de novas atividades e investimentos. Além disso, o conhecimento produzido dentro dos muros acadêmicos coloca a instituição de ensino como principal agente no desenvolvimento e transformação do município, atrativo polo formador científico e tecnológico. Com base no exposto, o propósito deste trabalho foi relacionar a densidade da relação de habitantes/cirurgião-dentista/PIB per capita em municípios do interior paulista com cursos de graduação em Odontologia. Material e Método: O levantamento de dados relativos à densidade de cirurgiões-dentistas por população foi realizado com base nos dados estatísticos do CROSP- Conselho Regional de Odontologia do Estado de São Paulo; a quantidade e a distribuição dos cursos de Odontologia no interior do estado de São Paulo foram coletadas nos dados do MEC - Ministério da Educação e Cultura e o PIB per capita foi coletado nos dados estatísticos do Portal de Estatísticas do Estado de São Paulo – SEADE. Resultados: No interior do estado de São Paulo os Cursos de Odontologia estão distribuídos em 32 municípios, oferecidos por 48 instituições, somando 5800 vagas. Esses municípios concentram 26.397 (30%) dos registros profissionais paulistas. A densidade número de habitantes/cirurgião-dentista foi maior em Itapeva (816) e menor em Santos (205). Os maiores valores de PIB per capita não corresponderam ao maior número de cirurgiões-dentistas e municípios com valores próximos em reais, tais como Ribeirão Preto (R$45,789) e Itu (R$46,661) diferiram amplamente no registro, com 2247 cirurgiões-dentistas registrados em Ribeirão Preto contra 266 profissionais em Itu. Conclusão: Os Cursos de Odontologia instalados no interior paulista embora dinamizem a economia dos 32 municípios onde estão instalados, não respondem isoladamente pela concentração de cirurgiões-dentistas nesses espaços geográficos. Outros fatores tais como capital humano, qualidade de vida, instituições, ambiente de negócios, mercados e recursos naturais também devem ser considerados.

Descritores: Faculdades de Odontologia; Mercado de Trabalho; Desenvolvimento Econômico.

Referências

  1. Bleicher L. Autonomia ou assalariamento precário? O trabalho dos cirurgiões-dentistas na cidade de Salvador [tese]. Salvador: Universidade Federal da Bahia UFBA; 2011.
  2. Schneider L. Educação e desenvolvimento: um estudo do impacto econômico da universidade federal no município de Santa Maria (RS). Santa Maria: UNIFRA; 2002.
  3. Guimarães SK. Transformações científicas e tecnológicas e implicações econômico-sociais. Sociologias. 2017;19(46):16-29.
  4. Bovo JM, Silva RT, Guzzi VS. A inserção social da UNESP de Araraquara: sua importância na economia do município e na prestação de serviços à comunidade. Perspectivas. 1996;19:71-85.
  5. Cardoso AL, Vieira ALS, Machado MH. Mercado de Trabalho dos Odontólogos no Brasil. Divulg Saúde Debate. 2010;45(5):71-9.
  6. Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). Disponível em http://www. crosp. org. br/ intranet/ estatisticas/ estMunicipios.php. Acesso em 02 de abril de 2018.
  7. Ministério da Educação e Cultura (e-MEC). Disponível em http://emec.mec.gov.br/. Acesso em 02 de abril de 2018.
  8. Portal de Estatísticas do estado de São Paulo (SEADE). Disponível em (https://www.seade. gov.br/produtos/pib-municipal/). Acesso em 02 de abril de 2018.
  9. Organização Mundial da Saúde (OMS). WHO Global Health Workforce Statistics. Disponível em https://www.who.int/hrh/statistics/ hwfstats/en/. Acesso em 20 de abril de 2018.
  10. Brasil. Condições de saúde bucal da população brasileira: resultados principais. Brasília: Coordenação Nacional de Saúde Bucal, Departamento de Atenção básica, Secretaria de Atenção à Saúde, Ministério da Saúde. 2010. Disponível em http://dab.saude.gov.br/ CNSB/sbbrasil/arquivos/projeto_sb2010_relatorio_final.pdf. Acesso em 20 de abril de 2018.
  11. Cascaes AM, Dotto L, Bomfim RA. Tendências da força de trabalho de cirurgiões-dentistas no Brasil, no período de 2007 a 2014: estudo de séries temporais com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. Epidemiol Serv Saúde. 2018;27(1):e201723615.
  12. Lencioni S. Uma nova determinação do urbano: o desenvolvimento do processo de metropolização do espaço. In: Carlos, A. F. A.; Lemos, A. I. (Orgs.). Dilemas urbanos: novas abordagens sobre a cidade. São Paulo: Contexto, 2003.
  13. Marandola Jr E, Hogan DJ. Vulnerabilidades e riscos: entre Geografia e Demografia. R bras Est Pop. 2005;22(1):29-53.
  14. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_do_territorio/estrutura_territorial/divisao_territorial/. Acesso em 15 de abril de 2018.
  15. Bauman Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar; 1991.
  16. Senett R. A Cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record; 2006.
  17. Fundação Getúlio Vargas (FGV). In: Blumenschein FN. Estudos Econômicos. 2015
  18. Lima RCA, Lima JPL. Distribuição do PIB per capita nas microrregiões brasileiras: uma análise exploratória espacial. IPEA ppp. 2016;47:305-29.
  19. Marandola Jr E, Guedes GR, Silva RB. Perfis de mobilidade nas regiões metropolitanas do interior de São Paulo. Papeles de Población CIEAP/UAEM. 2010;16(66):210-26.
  20. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Agência de notícias. Disponível em https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/. Acesso em 15 de abril de 2018.
  21. Silva L, Simões R. Oportunidades tecnológicas e produção científica: uma análise microrregional para o Brasil. Eure (Santiago). 2004;      30(90):85-102.

Downloads

Download data is not yet available.

Published

2019-03-25

How to Cite

Alves Rezende, M. C. R., Rossini Neto, M. J., & Limírio, J. P. J. de O. (2019). Sociologia da Odontologia: aspectos da densidade da relação habitante/cirurgião-dentista/PIB per capita em municípios do interior paulista com cursos de graduação em Odontologia. ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 7(11). https://doi.org/10.21270/archi.v7i11.3199

Issue

Section

Artigos Originais