Reconstrução de mandíbula em paciente vítima de projétil de arma de fogo em face: relato de caso

Abstract

Introdução: As fraturas por projétil de arma de fogo representam estatisticamente a terceira maior causa de fraturas faciais e de crânio na atualidade. No Brasil, estudos recentes mostram que o número de mortes por acidentes e agressões físicas com projétil de arma de fogo tem crescido nos últimos anos. A reconstrução de mandíbula se torna um desafio para os cirurgiões, já que apenas o restabelecimento da continuidade mandibular não é o essencial para o sucesso do tratamento, mas também as funções mastigatória, deglutição e fonação. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi relatar um caso clínico no qual foi realizada a reconstrução de mandíbula no paciente R.N.G.E, sexo masculino, 41 anos de idade. Relato de caso: A fratura de mandíbula ocorreu por projétil de arma de fogo. O paciente teve tratamento inicial emergencial com fixação interna rígida com sistema 2,4mm. A avaliação pré-operatória foi realizada com exames clínico, físico e radiográfico do paciente, para que pudesse haver a troca de material de síntese e enxerto autógeno em ramo mandibular (padrão ouro nas reconstruções maxilomandibulares). O procedimento cirúrgico foi iniciado com acesso intraoral expondo o tecido ósseo mandibular, remoção do material de síntese e fixação da placa de reconstrução. Na sequência o enxerto autógeno foi adaptado à região em conjunto com a placa. Finalizando, as suturas foram realizadas. O paciente foi acompanhado por três meses, sendo submetido a exame de imagem onde se pode observar o resultado alcançado pela segunda intervenção cirúrgica. Clinicamente a oclusão foi estabilizada. Atualmente o paciente recebeu alta da especialidade e foi encaminhado para reabilitação protética. Considerações finais: O tratamento imediato das fraturas mandibulares por projétil de arma de fogo deve ser preconizado sempre que houver recursos, porém se faz necessário submeter o paciente a um segundo ato cirúrgico, pois as placas de reconstrução, sozinhas, podem não ter a capacidade de manter o contorno ósseo adequado.

Descritores: Ferimentos por Arma de Fogo; Cirurgia Bucal; Técnicas de Fixação da Arcada Osseodentária; Enxerto Ósseo.