Tratamento de miíase oral em paciente com distúrbio neurológico

Abstract

Miíase oral é uma doença parasitária rara, que ocorre devido a propagação de larvas de moscas, da família dípteros, nos tecidos. A sintomatologia clínica desta patologia varia de acordo com a região acometida do corpo. Existem fatores de risco como higiene oral inadequada, lesões persistentes, perturbações físicas e mentais, além da possibilidade de manifestações orais em bolsas periodontais, feridas advindas de exodontia, dentre outras. Esse tipo de doença requer tratamento imediato, sendo o inicial a extirpação mecânica das larvas, após aplicação de tópica de éter, no entanto não há um protocolo de tratamento determinado, sabe-se que o uso de antibiótico diminui o tempo de duração da infecção e o estágio de recuperação. Este trabalho traz o relato de caso da paciente F.L.S, 09 anos, gênero feminino, leucoderma, que encaminhou-se ao pronto atendimento com quadro de miíase oral. Após exame clínico, observou-se déficit neurológico devido anoxia cerebral ao nascimento. A mesma apresentava lesão que se limitava da região incisivo central até 1° molar decíduo, especialmente no local de fossa canina, com quantidade significante de larvas de moscas. Primeiramente, foi realizada a retirada das larvas, seguida da aplicação local de éter. Com a paciente internada administrou-se Ivermectina 6mg sistêmico via oral em dose única, e local com tampão embebido com éter e comprimido triturado do medicamento de uso sistêmico, este deixado por 02 dias, em combinação com terapia antibiótica endovenosa. Por fim, se removeu o tampão e realizouse o debridamento do local para melhor reparação tecidual. O tratamento oferecido com Ivermectina sistêmica e tópica, em associação com terapia antibiótica e debridamento se mostraram eficientes.

Descritores: Miíase; Parasitologia; Ivermectina.