Desafio diagnóstico em paciente com anomalias dentárias: relato de caso

Resumen

Indivíduo feoderma, sexo masculino, 14 anos de idade, compareceu ao consultório odontológico com queixa principal de ausência dos dentes ântero-superiores. Durante a anamnese a mãe do paciente relatou que o mesmo apresentou atraso no fechamento das fontanelas. No exame físico geral e extraoral constatou-se baixa estatura, microdactilia, base larga do nariz, e hipertelorismo ocular leve. Na radiografia de tórax verificou-se presença das clavículas, com aparente hipoplasia. Ao exame intraoral observou-se atraso na erupção dos dentes permanentes, resultando em área desdentada na região de incisivos superiores e diastemas entre os dentes ântero-inferiores, bem como a permanência dos dentes decíduos 53, 63, 83. Na radiografia panorâmica verificou-se a presença dos dentes permanentes não irrompidos, bem como dentes supranumerários. Foi realizada a reabilitação da região desdentada ântero-superior com uma prótese parcial removível. Com base na associação dos aspectos clínicos e radiográficos avaliados, o diagnóstico de displasia cleidocraniana (DCC) foi estabelecido. A DCC é uma doença óssea autossômica dominante caracterizada por apresentar clavículas hipoplásicas ou aplásicas, anomalías dentárias, persistencia das fontanelas, baixa estatura, e outros disturbios esqueléticos. As alterações de desenvolvimento nas clavículas, permite aos seus portadores movimentar os ombros para frente, até a linha média do corpo, sem que haja qualquer desconforto. O cirurgião-dentista, geralmente é o primeiro profissional procurado para resolver a queixa principal dos pacientes, relacionada ao atraso na erupção dos dentes permanentes, o que causa angústia e ansiedade ao paciente com a síndrome. Portanto, este caso demonstra a importância do cirurgião-dentista no diagnóstico e manejo odontológico da DCC.

Descritores: Displasia Cleidocraniana; Clavícula; Dente Supranumerário.