Câncer de língua x trauma crônico e xerostomia: há relação?
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v10i3.4983Palabras clave:
Carcinoma de Células Escamosas, Saliva, Puntos Disparadores, HomeostasisResumen
O carcinoma espinocelular (CEC) é a neoplasia maligna mais comum da cavidade oral, sendo seus agentes etiológicos principais: o álcool, tabaco e o Papilomavirus Humano (HPV) de alto risco, porém, existem outras possibilidades etiopatogênicas ainda não amiudadas pela ciência. Este trabalho relata caso de paciente do gênero feminino, 48 anos, não tabagista, não etilista e sem sinal de infecção pelo vírus HPV, com queixa de lesão nodular em ventre lingual. Relatou hábito de “chupar a língua” desde tenra idade, boca seca e ardência bucal há alguns meses e, ao exame físico, apresentou ordenha negativa das glândulas parótidas, baixa coleta nas sublinguais e submandibulares. Apresentava sinais de comprometimento muscular cervical, massetérico e, por conseguinte, bucinatório, condição que pode concorrer fisicamente para estenose do ducto parotídeo e redução da secreção parotídea. Após diagnóstico de CEC, a paciente foi submetida a tratamento cirúrgico, radio e quimioterápico. Para o controle do hábito parafuncional, provavelmente relacionado à lesão que evoluiu para o CEC, foram realizados: uso de dispositivo interoclusal, fisioterapia e crioterapia com prescrição de saliva artificial e creme reparador para as lesões mucosas, decorrentes da hipo/assialia. Consideramos que a associação do trauma crônico, fator modificador clássico, resultante da atividade parafuncional e a redução do fluxo salivar promovida- entre outras razões orgânicas primárias, prévias ao tratamento radio e quimioterápico- pelo potencial estreitamento do ducto de Stenon em razão da disfunção mastigatória, como promotora da perda de homeostasia local e não controle de iniciadores endógenos e/ou exógenos, concorreram para o desenvolvimento da condição neoplásica.
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