P-o42 Domínio Archaea em pacientes com dependência química

Resumo

Objetivos ou Proposição: Até recentemente pouca relevância era atribuída a microrganismos do domínio Archaea no desenvolvimento de enfermidades humanas e animais, de forma que os estudos a eles relacionados mostravam que sua ocorrência era rara na microbiota autóctone. A própria denominação do grupo sugeria que eram espécies arcaicas, pouco adaptáveis. Entretanto, devido à capacidade experimental de induzir quadros inflamatórios, seu papel na patogênese de enfermidades bucais passou a ser considerada. O presente estudo avaliou a ocorrência do domínio Archae em pacientes com dependência química e pacientes não dependentes, procurando relacioná-los com as condições clínicas dos mesmos. Métodos: Neste estudo 200 pacientes dependentes e 200 não dependentes foram incluídos. Após avaliação clínica intra e extrabucal, com avaliação das condições sistêmicas e dados referentes ao consumo de drogas e medicamentos, fazia-se a coleta dos espécimes clínicos de saliva, biofilme sub e supra gengival e das mucosas bucais para detecção do DNA microbiano por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) utilizando-se de iniciadores e condições específicas de amplificação. Resultados: Os resultados foram submetidos ao teste de Qui-quadrado e ao teste de correlações de Spearman. Os dados evidenciaram uma baixa ocorrência desses microrganismos em todas as condições clínicas e faixas etárias, colonizando 5% dos pacientes dependentes com inflamação periodontal. O domínio Archae não foi detectado em indivíduos não dependentes e periodontalmente sadios. Conclusões: Esses dados não apoiam a ideia de que tais patógenos desempenham um papel ativo no estabelecimento das enfermidades de natureza infecciosa e inflamatória na boca de dependentes.