DCCl oo2 - A importância do cuidador no direcionamento do plano de tratamento odontológico de paciente com paralisia cerebral

Resumo

Problemas neurológicos resultam em limitações para o paciente e seu cuidador, interferindo diretamente no estilo de vida de ambos. A abordagem que o profissional da área odontológica deve adotar para tratar de paciente com sérias alterações neurológicas é algo que consiga ser totalmente protocolizada. Deve-se considerar o manejo do paciente, conforme suas condições mentais e físicas, a necessidade e oportunidade odontológica e a expectativa e aceitação do cuidador. Esse estudo teve como objetivo relatar caso clínico de Paciente com Paralisia Cerebral, cuja expectativa do cuidador tornou-se grande determinante para a escolha do plano de tratamento odontológico adotado pela equipe do Centro de Assistência Odontológica à Pessoa com Deficiência (CAOE). Paciente de 27 anos, sexo feminino, com diagnósticos de Paralisia Cerebral, Microcefalia, Epilepsia, Apneia do Sono, com dependência severa e histórico de parada cardiorrespiratória e asfixia durante o parto. Por se alimentar com comidas pastosas ou líquidas, diante da dificuldade de higienização, do sangramento gengival, e da grande quantidade de cáries e placas dentárias sobre os dentes, o primeiro plano de tratamento proposto foi a exodontia total. A mãe, que não aceitou a extração de todos os dentes ou qualquer tipo de contenção física, direcionou o plano de tratamento para que houvesse a abordagem em nível hospitalar, fazendo com que dentes superiores anteriores fossem preservados por motivos estéticos. O planejamento odontológico de paciente com paralisia cerebral deve se basear nos aspectos sociais e neurofisiológicos, os quais devem levar o cirurgião dentista a fundamentá-lo na necessidade e opções de tratamento, na oportunidade e na expectativa e aprovação do cuidador, seja por motivos estéticos ou por falta de aceitação da condição do paciente.

Descritores: Assistência Odontológica para Pessoas com Deficiências; Deficiência Intelectual; Qualidade de Vida; Planejamento de Assistência ao Paciente; Diretrizes para o Planejamento em Saúde.