Tratamento cirúrgico de fratura bilateral de mandíbula atrófica: relato de caso

Resumo

A atrofia da mandíbula, normalmente encontrada em pacientes idosos ou em virtude da perda dentária precoce, torna tal osso mais suscetível a fraturas e a qualidade do tecido, prejudicada por alterações fisiológicas, sendo assim o reparo dessas fraturas se torna mais complexo. O objetivo deste caso foi apresentar um relato de uma paciente do gênero feminino, 53 anos, atendida no P.S. da Santa Casa de Araçatuba, relatando ser vítima de acidente motociclístico. Ao exame físico a paciente se apresentava lúcida, orientada em tempo e espaço, bom estado geral, eupneica, normocorada, com deformidade mandibular, aspecto facial padrão II, mobilidade, crepitação em corpo bilateral de mandíbula e edema em 1/3 inferior da face. Na tomografia computadorizada foi possível observar imagens compatíveis com fratura bilateral em mandíbula atrófica. O tratamento proposto foi cirúrgico sob anestesia geral para redução e fixação da fratura bilateral em corpo mandibular. Foi realizada a intubação naso traqueal, acesso cirúrgico transcervical mandibular e divulsão por planos. Para redução anatômica e simplificação das fraturas bilaterais, utilizou-se 2 placas de titânio do sistema 2.0mm em cada lado. Após isso, foi realizada a modelagem e fixação da placa de reconstrução do sistema 2.4mm, ocorrendo sem intercorrências. Paciente encontra-se em pós-operatório de aproximadamente três meses, relatando parestesia em região mento/cervical, compatível com o procedimento cirúrgico e segue realizando retornos periódicos com a equipe de Cirurgia e Traumatologia Buco- Maxilo-Facial da FOA-UNESP. Dessa forma, pode-se concluir que o tratamento de fraturas mandibulares atróficas apresentam grande desafio para o cirurgião Buco- Maxilo-Facial e requerem cuidado especial na indicação do sistema de fixação.

Descritores: Fixação de Fratura; Mandíbula; Atrofia.