Prevalência de delirium em idosos submetidos a cirurgias com anestesia geral endovenosa
DOI:
https://doi.org/10.21270/archi.v10i9.5250Palavras-chave:
Anestesia Geral, Delírio, Assistência a IdososResumo
Introdução: anestésicos gerais (AGs) endovenosos podem gerar complicações pós-operatórias, com destaque para o delirium, uma condição que atrasa a recuperação funcional do paciente e acarreta maior custo hospitalar. Objetivo: este estudo investigou a prevalência de delirium pós-anestésico/operatório (DPAO) em um hospital Universitário. Metodologia: estudo transversal no qual foram avaliados pacientes com idade acima de 60 anos, submetidos a diferentes tipos de cirurgias utilizando AGs. O miniexame do estado mental (MEEM) foi replicado em três momentos (MMP, MM1 e MM3): durante o pré-operatório (D0), um dia após a cirurgia (D1) e três dias após a cirurgia (D3). Resultados: entre os 28 pacientes que concluíram o estudo (50% para cada sexo e faixa etária mais frequente entre 60 e 69 anos [64%]), a maior parte relatou possuir entre 1 a 4 anos de estudo (53%), e os AGs mais utilizados em ordem decrescente foram: o fentanil (85,7%), remifentamil (78,6%), propofol (64,3%) e etomidato (50%). A prevalência de DPAO foi 21,4% (n = 6), com 14,3% (n = 4) dos casos ocorrendo em D1, 3,6% (n = 1) em D3 e 3,6% (n = 1) em ambos os períodos, havendo maior prevalência em cirurgias cardíacas. Houve significativa (p < 0,05) maior pontuação média para o sexo masculino. Não foi observada diferença entre o nível de escolaridade, faixa etária, tipo de cirurgia ou uso de AGs e a pontuação no MEEM. Conclusão: a prevalência de DPAO em idosos mostrou-se significativa e apenas a variável “sexo” influenciou na média de pontuação no MEEM.
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